Sabemos hoje, principalmente a partir dos estudos do historiador Philippe Ariès, que a infância não é uma mera entidade biológica, mas uma construção social e histórica.
Portanto, as transformações que
marcam o momento
atual, consequentemente, vêm
impregnando a condição
da infância contemporânea. O
termo condição é usado aqui no sentido de Bosi (1992), significando “as múltiplas
formas concretas da existência
interpessoal e subjetiva,
a memória e
o sonho, as
marcas do cotidiano no coração e
na mente, o modo de nascer, de comer, de dormir, de amar, de chorar, de rezar,
de morrer e ser sepultado” (p.27).
Vários autores têm apontado como características
marcantes do mundo contemporâneo o imbricamento entre a economia e a cultura e o
acentuado papel que a cultura do consumo e a cultura de massa
têm hoje na
produção da nossa
vida material e
simbólica, influenciando e
controlando os campos de significados através do quais
compreendemos a nós mesmos e ao mundo que nos circunda.
Segundo Jameson (2001), a cultura e a economia, nas
sociedades capitalistas, encontram-se hoje estreitamente articuladas. A
produção de mercadorias e a especulação financeira tornaram-se culturais e a
cultura, por sua vez, tornou-se marcadamente econômica, ou seja, orientada para
a produção de mercadorias, em outras palavras,
ordenada pelo capital.
Para o autor, há uma lógica
cultural da qual depende o capitalismo hoje para o seu bom
funcionamento, a qual determina que os produtos culturais funcionem tanto como
base como superestrutura, isto é, produzindo significados e ao mesmo tempo
gerando lucros.
A cultura, tanto a de massa como a alta cultura, torna-se
“campo de treinamento” onde aprendemos as regras essenciais do jogo
contemporâneo do consumo. A
globalização ou a
unificação do mundo
sob a ordem
do capitalismo tem
como um dos
seus pressupostos a
incorporação dos vários
segmentos da população
à lógica do
consumo. Nesse aspecto,
as crianças constituem
hoje uma importante
fatia do mercado,
o que tem
provocado um incremento da produção cultural voltada para a
infância, sobretudo daquela da ordem da cultura do consumo e da cultura de
massa. Segundo Caparelli (1997), no final dos anos 70, início dos anos 80, as
crianças começam a ser vistas como clientes, consumidoras, tornando-se um
segmento autônomo do mercado.
O fenômeno é traduzido pela forte publicidade que passa a
ser dirigida às crianças e por um marketing que conjuga informação, persuasão,
diversão e venda, com forte poder de convencimento. Esse mercado voltado para a
infância consolidou-se especialmente nos anos 90 e vem ganhando crescente
densidade.
Há, hoje, uma tendência para a concentração de poder nas
mãos de poucas e cada vez maiores corporações e a formação de cartéis que
funcionam como blocos de poder dominante, que têm total liberdade para produzir
qualquer tipo cultura infantil lucrativa. Nesse contexto, são investidas
enormes quantias de dinheiro em propaganda para promover a imagem e as
"boas" inclinações ideológicas dessas corporações, focalizando
sobretudo as experiências comuns, do universo da família e da infância.
Os interesses das grandes indústrias de alimentos, das
grandes seguradoras, dos bancos, entre outras corporações, são apresentados nas
propagandas como os melhores interesses da família, usando comumente a criança
como foco, com o significado de promessa de segurança e felicidade. Além dos
produtos tradicionais infantis, como brinquedos e histórias em quadrinhos, muitos
produtos familiares passam a ser relacionados com as crianças, como
eletrodomésticos, móveis, remédios,
roupas e sobretudo
produtos da indústria
alimentícia.
Na trilha da
transformação da criança em consumidora, nenhum meio de
comunicação exerceu a força da televisão que, a partir dos anos 70, transformou
radicalmente seu modelo, adequando-se de forma efetiva ao modelo capitalista avançado.
A lógica capitalista
passa a ordenar
a programação televisiva
em total consonância
com as mudanças
na economia, que se encontrava
nessa época em
fase de expansão,
e vivendo o
fenômeno da internacionalização dos
grandes conglomerados da
eletrônica, da alimentação,
dos brinquedos e das roupas. Tal
contexto passou a exigir a incorporação de um novo segmento no mercado para a
sua publicidade: as crianças.
A progressão assustadora que vimos assistindo dessa
indústria cultural destinada às crianças permite que alguns autores
identifiquem a existência de uma pedagogia cultural baseada na TV, no cinema,
nas revistas, nos jornais, nos brinquedos, nas propagandas, nos video-games,
nos livros, nos esportes etc. (STEINBERG & KINCHELOE, 2001; CASTRO, 1998a,
b). Que efeitos tem essa pedagogia
cultural na formação
da identidade da
criança? Como a
criança encarna essa
cultura? Como sua
dinâmica interfere na
produção dos sentimentos,
dos conhecimentos, dos
valores, das brincadeiras, das interações das crianças? As
organizações que criam esse currículo cultural são de natureza comercial, e não
educacional, operando para
a lucratividade individual.
Sua estrutura
baseia-se nas dinâmicas
comerciais que funcionam como
poderosas forças que se impõem a todos nós, e particularmente às crianças, o
filão do consumo mais recentemente descoberto no contexto do capitalismo atual.
Sob o prisma do seu objetivo capitalista, essa pedagogia pode ser considerada
um sucesso que, com seus reinos mágicos, mirabolantes efeitos visuais, vídeos
interativos, novelas, super heróis, álbuns, revistas, livros de terror,
somam-se para penetrar profundamente nos modos de viver da criança.
A criança que brinca de Barbie, ou melhor, que possui os
diferentes tipos/versões da Barbie, que tem os bonecos ou os cards Pokémon, que
tem patinete, que tem os bonecos Power Ranger, que lê
Harry Potter, que
assistiu ao mais
último filme da
Disney, enfim, que
tem as mais
últimas novidades do mercado é
uma boa consumidora, ou melhor, é “feliz”. É possível ser feliz nessa busca
desenfreada pelas novidades e na rápida velocidade com que os objetos de
consumo passam a ser descartados e perdem seu valor? Que interações as crianças
estabelecem com esses objetos de con-sumo e os meios de comunicação de massa?
Pasolini, em seus contundentes ensaios literários e obras
cinematográficas, denunciou a tragédia do poder do consumo, a qual chama de
“última das ruínas, ruína das ruínas” (1990, p.29). Enxerga os jovens
contemporâneos como profundamente infelizes na sua impessoalidade e
estereotipia. Em sua reflexão, esboça um quadro apocalíptico da juventude
unificada sob o signo da civilização do consumo, quadro
esse que interpreta
como uma nova
forma de fascismo:
o genocídio cultural
ou a substituição das culturas dominadas pela
cultura dominante.
De acordo com o autor, “nenhum centralismo fascista
conseguiu fazer o que fez o centralismo da sociedade de consumo”(1990,
p.57). Ser reconhecido hoje é estar “na
moda” ou ser identificado pelos últimos bens de consumo impostos pela
mídia. Ser hoje
equivale ao ter.
As pessoas não
mais se reconhecem
pelo que são,
mas sim pelo que possuem, pelo que portam em termos dos bens materiais e
simbólicos valorizados pela sociedade. Muitas crianças hoje não se encontram
mais para contar suas histórias, brincar, trocar experiências,
e sim para
competir sobre quem
tem mais Barbie,
quem tem maior
número de canetinhas
coloridas e cheirosas,
quem tem a
sandália da Xuxa,
da Sandy (entre
outras "estrelas" televisivas), quem tem game-boy etc. A cena
descrita abaixo, comum no contexto das conversas e brincadeiras entre as
crianças hoje, sobretudo as de classe média, é ilustrativa desse fenômeno: As
crianças estão na sala do seu grupo em uma creche, assistindo a um vídeo de um
episódio do Sítio do Picapau Amarelo: “O reino das águas claras”.
Observam atentamente a TV, trocando algumas palavras de
vez em quando, ao se identificarem com os personagens: – Eu sou o Pedrinho! – Eu sou a Narizinho! Em um determinado
momento, Clara distrai-se observando a sandália de Patrícia e pergunta: – É da Xuxa? Da Sandy? Patrícia não responde, pois está concentrada
no vídeo. Clara repete várias vezes a mesma pergunta e como não obtém resposta,
aumenta o tom de voz: – É da Xuxa? Da
Sandy? Eu estou te perguntando! Então, Mariana, outra criança que acompanha a
situação responde: – É da Eliana!
Nesse contexto, para aqueles que não conseguem se adequar
ao modelo da mídia, tudo aquilo que se distancia deste é motivo de uma
possível exclusão. As
crianças das classes
populares aprendem muito cedo a
subjugar a sua cultura, as suas próprias referências, muitas vezes tentando se
reconhecer no modelo da dominante cultural da sociedade em que se insere.
Entretanto, para essa criança, esse modelo
não é factível
de ser realizado,
a não ser
infimamente.
Como consequência, temos
a desvalorização e a desqualificação de
muitos modos de
viver, sentir, vestir,
falar, dançar, que identificam a cultura dos diferentes
grupos sociais. De acordo ainda com Pasolini (1990), o novo poder centralizador
da sociedade consumista provoca um esvaziamento
cultural e uma
crise do sujeito,
que não tem
mais certeza dos
seus próprios valores. As
singularidades de sua cultura não são mais suas, não podendo ser “usadas”.
Suas riquezas
são muitas vezes
saqueadas pela cultura
do consumo que
ora as nega,
ora as exibe
como representantes do exótico,
explorando-as como qualquer produto vendável.
A padronização cultural diz respeito a todos os segmentos e classes
sociais. Há uma matriz que gera as informações, os valores, os desejos, que
passou a ser a mesma para todos. Hoje, os jovens e crianças querem, cada vez
mais, se parecem uns com os outros, na roupa, no modo de falar, de vestir,
de dançar, de
cantar, de brincar
ou se divertir.
Pasolini (1990) diz:
“...nenhum homem jamais foi obrigado a ser tão normal e
conformista quanto o consumidor; e quanto ao hedonismo ele encobre evidentemente
uma decisão de
preordenar tudo com
uma crueldade sem
precedentes na história”(p.87).
Esse poder, na visão do autor é “uma forma ‘total’ de
fascismo”(p.87). A cultura do consumo tem na propaganda um dos seus
instrumentos mais essenciais, pois, segundo Steinberg & Kincheloe (2001),
ela cria a “teologia do consumo” (p.24), cativando os sujeitos com
a promessa de
redenção e de
felicidade através do
ato de consumir.
Hoje, com as
novas tecnologias da imagem e a
poderosa indústria da propaganda, de forma cada vez mais sutil e inteligente,
somos aprisionados pelo conjunto de cores, imagens, sons, slogans e textos
curtos e de forte efeito
persuasivo.
Esse poder, acrescido
pela total articulação
entre a propaganda
e a maioria
das produções da
indústria cultural, funciona
como árbitro “de
gosto, valor e
pensamento, produzindo novos
modelos de identificação e
imagens vibrantes de
estilo, moda e
comportamento” (KELLNER, 2001,
p.27). Ao lado da
padronização da cultura,
caminha a ideologia
da segmentação dos
diferentes grupos geracionais
e das classes
sociais, além da
ideologia da individualização, a
qual produz a
crença de que a responsabilidade pela felicidade é individual.
Um fenômeno típico dos tempos contemporâneos é o
isolamento em que vivem os sujeitos, atingindo
sobretudo crianças e
jovens, em todas
as classes sociais,
quer dentro da
própria família, quer nas ruas (Jobim e Souza, 1998). É comum,
em muitos lares, a convivência silenciosa em torno de uma
tela de TV
ou, como em
muitos lares de
classe média, cada
um de seus
componentes em seus
próprios quartos, com
seu próprio aparelho
de TV.
Os espaços das
ruas, antes ocupados
por crianças e jovens em suas
brincadeiras, são hoje habitados por carros e por crianças que perambulam
pedindo dinheiro, vendendo balas, fazendo malabarismos de circo para ganharem
algum trocado ou praticando furtos e roubos junto aos transeuntes ou
motoristas. Segundo Jobim e Souza
(1998), nesse contexto, há uma nova inserção da criança no mundo da cultura,
que passa a ser mediada, muito menos pela convivência com o outro, mas,
sobretudo, pelos instrumentos virtuais, TV e computador. A autora aponta que as
crianças passam, no máximo, a compartilhar entre si suas experiências, as
quais, muitas vezes, se reduzem ao contato com "o outro televisivo", remoto,
virtual.
Vão se tornando
"autônomas para elas
mesmas", sem aprender
a conviver com o outro (p.59). A
mídia televisiva tem enorme papel na relação entre infância e cultura, não
apenas por ser o veículo de circulação de modelos, mas por ser um centro
elaborador de mensagens que modelam os comportamentos humanos, constituindo
suas principais redes de referências.
Steinberg & Kincheloe
(2001) afirmam que
a televisão coloniza
o desejo da
infância. A cultura infantil produzida pelo mundo da
mídia cria significados particulares e induz as crianças a interpretarem o
mundo e a
si mesmas a
partir desses significados.
Nesse
sentido, é que
podemos falar em uma colonização
da consciência da criança, a qual estabiliza e desestabiliza sua identidade e,
ao mesmo tempo, restabelece novas identidades através de novos produtos –
brinquedos, filmes, programas de TV, moda, literatura etc. – que devem ser
consumidos para a “plena felicidade”. Dentro dessa realidade, noções
tradicionais de infância como um tempo de inocência e de dependência do adulto
estão sendo transformadas, através das mudanças nas condições de existência das
crianças e de suas famílias. Hoje, as crianças são representadas não somente
como consumidoras hedonistas, mas também deixaram de ser inocentes, pois
passaram a consumir tudo aquilo que antes era reservado ao mundo adulto, como
assuntos relacionados a sexo e violência. Postman (1999) nos fala da mídia como
um “meio que escancara tudo” (p. 95) e que revela todos os segredos culturais
antes reservados ao mundo dos adultos.
O autor alerta para o consequente enfraquecimento tanto
da autoridade do
adulto quanto da
curiosidade da criança.
Fundindo o mundo das crianças e o mundo dos adultos, a
mídia diminui a tensão criada pelos segredos a serem desvendados e, assim, a
curiosidade. Muitos programas da TV
abusam da violência, glorificando a barbárie e estilizando a própria violência
com imagens coloridas
e atraentes de
sangue, mísseis, cérebros
explodidos etc. Em
relação ao sexo,
também ele é
crescentemente utilizado pela
TV, rádios, revistas,
propagandas de outdoors,
como recurso de
marketing, sendo muitas
vezes banalizado, estetizado
e transformado em mercadoria.
O videogame é outro objeto que faz parte do consumo
cultural de muitas crianças brasileiras e que, assim como a TV, não apenas
contribui para o seu isolamento, como também a coloca em contato com a
violência em escala assustadoramente crescente. Para vencer, há uma missão a
cumprir, é preciso matar, mutilar todos os rivais. A cultura de massa, sobretudo através da
mídia televisiva, contribui ainda para que a criança ignore
as profundas desigualdades
econômicas que marcam
a nossa sociedade.
Diferenças podem
até ser representadas na TV, mas quase sempre descontextualizadas e deslocadas
de suas verdadeiras raízes. Os
heróis são os
homens brancos, de
classe média, e
os vilões são
muitas vezes não-brancos ou não-americanos. A diferença,
na maior parte das vezes, aparece como estratégia de disfarce. Nesse
sentido, Giroux (2001)
aponta que até
existem os heróis
não-americanos – como
Aladim, cujos traços, entretanto, não retratam o árabe, e sim o
americano branco – ou bonecas como a Barbie Jamaicana e de outras etnias, mas
todas com o mesmo modelo da Barbie americana e loura, apenas vestindo trajes
típicos.
Esta é uma estratégia de marketing de contenção,
característica da economia de escala de produção de massa padronizada. Os desenhos
animados, parte do
cotidiano de um
enorme contingente de
crianças, têm importante
papel como veiculadores
de cultura- ensinam
papéis, valores e
ideais. Fornecem um
espaço visual high-tech, repleto de
aventura e prazer
associados a uma
esfera comercial consumista. Neles, a violência se faz cada
vez mais presente, apresentada como um espetáculo, que se reveste de uma aura
sublime e bela e, muitas vezes, é apresentada como inevitável para se alcançar
a paz ou o equilíbrio.
A Disney, grande corporação americana, transformou-se, de
acordo com Giroux (2001), em ícone da cultura americana, penetrando no mundo
das crianças e de adultos através de representações e de
produtos em vídeos,
filmes, shoppings, lanchonetes,
alimentos, artigos de
papelaria, roupas, constituindo uma rede de referências que
possibilita a identificação com um mundo de encantamento total. Através
de corporações como
essa, eliminam-se as
fronteiras na sociedade
de consumo entre
diversão, educação e comercialização, as quais penetram, de forma
totalmente integrada e tal como o efeito
dominó, na vida
material e emocional
das crianças.
Os desenhos animados
da Disney conectam-se de forma indissociável ao consumo
dos produtos deles derivados, como fitas de vídeo, roupas, CDs, mobílias,
brinquedos e parques
temáticos, entre outros.
Assim, se a
criança tem um
quebra-cabeça, um boneco, uma roupa, um jogo do tema Aladim, rapidamente
ela terá que substituí-los por aqueles que logo surgirão vinculados ao
herói/heroína do próximo lançamento. O mundo dos brinquedos é marcado pela
efemeridade, seu "tempo" é ditado pela sua permanente articulação
e adaptação ao
mundo do consumo.
É preciso ter,
deixar de lado,
substituir sempre. A Barbie, com
meio século de existência no mercado de brinquedos, sobrevive através do tempo,
pois, bem como o capital, se reordena para se manter cada vez mais forte e
viva. Dessa forma, hoje temos não só a Barbie, mas seu namorado, seus muitos
amigos, sua sobrinha, suas roupas e acessórios para todas as situações e
ocasiões, sua casa com piscina e vários móveis, seu carro, seu avião etc.
Além disso, temos as várias versões da boneca: a Barbie
em suas edições Contos de Fadas (como a Bela Adormecida, a Rapunzel) , a Barbie
em suas edições profissões (médica, veterinária etc.), a Barbie Verão, a Barbie
Noiva, a Barbie Fashion, a Barbie Roqueira, a Barbie Bailarina, a Barbie
Astronauta, a Barbie Ginasta ou a Barbie nas suas edições étnicas. O padrão de beleza veiculado pela Barbie e
pela mídia é o da mulher branca, loura, magra “turbinada”, “malhada”, com seios
grandes, naturais ou siliconados. É o modelo ao qual temos que nos encaixar. E
o que acontecerá com a grande parte de nossas meninas, mulatas ou negras, e que
jamais serão parecidas com a Barbie, mas que muitas vezes desejam sê-lo porque
a veem como modelo de beleza?
O quadro que
se tentou delinear
sobre a condição
da infância contemporânea, ainda
que breve, é
revelador das condições
atuais em que
as crianças convivem
entre si e
com os adultos
e aprendem conhecimentos
sobre o mundo.
Para além disso,
é indicador do
que Benjamin (1993)
chamava de empobrecimento da experiência humana, provocado pelo advento
do mundo capitalista, com a transformação dos sujeitos em autômatos e peças de
linha de montagem. Dizia o autor: “Ficamos pobres. Abandonamos, uma depois da
outra, todas as peças do patrimônio humano, tivemos que empenhá-las muitas
vezes a um centésimo do seu valor para recebermos em troca a moeda miúda do
“atual”(p.119).
Benjamim afirmava também que o declínio, na relação entre
os homens, da capacidade de intercambiar
experiências tem como
consequência o desaparecimento da
arte de narrar,
desaparecendo, assim, os fios que entrelaçam o passado e o presente, a
história individual e a história coletiva e, portanto, subtraindo do homem sua
memória e sua identidade. Mas, se é Benjamim que nos ajuda a perceber as
“ruínas” desse empobrecimento da experiência humana, é também ele quem nos
ajuda a construir uma “utopia”, quando nos fala sobre sua visão da infância.
Para Benjamim, a infância traz a recuperação do passado
como um emblema do futuro, ou melhor,
de uma promessa
de um encantamento
do mundo. De
uma forma alegórica,
a infância representa a redenção do presente, estabelecendo com o que
lhe é oferecido uma relação de reordenação. Ela faz “história a partir do lixo
da história” , “livrando-se dela” no que ela significa de petrificação do
presente (CASTRO, 1998a).
Podemos então pensar
que, embora reconheçamos
o poder da
mercantilização da cultura
infantil, há possibilidades de
trilharmos caminhos que
se dirijam para
o desvio dos
elementos repressivos e
colonizadores da cultura do consumo e que escapem de uma visão estritamente
negativa das relações entre infância e cultura dominante. Que elementos podemos
apontar nessa perspectiva? Alguns
autores ajudam-nos a pensar a relação entre os sujeitos e a cultura
contemporânea de um ponto de vista mais interacional e menos determinístico,
apontando para a potencialidade do sujeito
constituída em um
contexto de tensão
entre a dominação/adaptação e a libertação/autonomia.
A relação entre a cultura de massa, a “sociedade
burocrática de consumo dirigido” e o sujeito
é discutida por
Lefèbvre (1991). Esse
autor destaca que
a "ideologia do
consumo" apagou a
imagem do homem ativo, colocando em seu lugar a representação do
"consumidor como razão de felicidade,
como racionalidade suprema"
(p.64). Um mercado
de imagens faz
circular um enorme
contingente de significantes
deslocados de seus
significados históricos a
serem passivamente consumidos
pelos sujeitos, sob
a promessa de
satisfação imediata de
suas necessidades.
O consumo assume o eixo estruturador da vida cotidiana
(trabalho, vida privada e lazer), prevendo e controlando as necessidades e
aprisionando o desejo dos sujeitos. A vida cotidiana torna-se assim objeto privilegiado
da organização social capitalista. Com
base na dialética
marxista, contudo, Lefèbvre
(1991) procura ultrapassar
essa visão de oposição entre dominação/libertação
compreendendo que, se por um lado o homem é determinado pelas
opressões, modelos e
ideologias, por outro
lado, tem um
potencial autônomo que
pode reagir a
essa determinação.
As relações de
produção capitalistas, segundo
o autor, envolvem
um movimento complexo e tenso
entre a reprodução das relações sociais inerentes à lógica capitalista e a
produção de novas relações. Ou seja, podemos pensar que a produção de novas
relações sociais envolve tanto um processo de reprodução, que em si mesmo não é
um mero reflexo das relações já estabelecidas, e sim uma reinterpretação das
mesmas, como também um processo criador, que tem na sua base a história das
relações construídas pelos homens. Nesse sentido, não há reprodução de relações
sociais sem a produção de novas relações, ou seja, não há repetição sem
inovação.
Martin- Barbero (2001) vai encontrar em Benjamin as
pistas para a compreensão dos meios de comunicação de massa no seio das
contradições presentes no sistema capitalista que os produz e se
reproduz através deles.
Para esse autor,
Benjamin foi o
primeiro a apontar
para a "mediação fundamental que permite pensar historicamente
a relação da transformação nas condições de produção com
as mudanças no
espaço da cultura,
isto é, as
transformações do sensorium
dos modos de
percepção, da experiência social " (p.84).
Benjamim (1987; 1993) pensa a modernidade e as
transformações que ela implica, a partir da percepção dos sujeitos nos
diferentes espaços que ocupam: nas ruas, nas praças, nas fábricas, nas casas,
no cinema e no espaço da marginalidade. A experiência social, entretanto, pode
assumir, na visão do autor, duas dimensões: tanto a do empobrecimento, quanto a
da crítica e a da criatividade.
A experiência burguesa não pode ser pensada como a única
configuradora da realidade. Travando um
diálogo com Benjamim, Martin-Barbero vislumbra no oprimido "alguns modos
de resistência e percepção do sentido mesmo de suas lutas, pois como ele
[Benjamim] afirmou, 'não nos foi dada a esperança, senão pelos
desesperados'."(2001, p.92). A partir dessa discussão, o autor trabalha
com o conceito de mediações como "os dispositivos através dos quais a
hegemonia4transforma por dentro o sentido do trabalho e da vida da
comunidade." Dessa forma, busca deslocar o olhar da perspectiva da
dominação para uma outra perspectiva que, sem desconsiderá-la, pensa-a "a
partir da hegemonia pela qual se luta , na qual se constituem as classes e se
transforma incessantemente a relação de forças e sentidos que compõem a trama
do social."(Ibid., p.137) Assim, o que se passa na cultura com a
emergência das massas só pode ser compreendido, na visão de Martin- Barbero
(2001), a partir das suas rearticulações com as readaptações da hegemonia.
Nesse
contexto, quando pensamos
nos meios tecnológicos
e nas suas
transformações em potencialidades comunicativas, devemos
compreender que os mesmos, além de gerarem novas modalidades comunicativas,
implicam mudanças na vida social, dando sentido a novos usos e a novas
relações, a partir de um processo dinâmico e contraditório. Os meios passam a ser situados, na
perspectiva desse autor, no âmbito das mediações, ou seja, no processo de
transformações sociais no qual eles passaram a desempenhar um forte papel a
partir dos anos 1920.
Reconhecendo que o fenômeno da centralidade dos meios de
comunicação de massa é incontestável, Martin-Barbero (2001) introduz um mapa
para pensarmos as mediações, que nos leva a compreender a complexidade desse
fenômeno e o seu atravessamento na cotidianidade. Nessa discussão, o autor
destaca a importância dos vínculos societários criados pelos sujeitos e das
significações construídas por estes como um processo que, se por um lado sofre
influência do mercado e dos meios de comunicação de massa, por outro lado não é
por estes sobre determinado, situando-se, na verdade, em um espaço potencial de
criação e de ressignificações.
Martin-Barbero procura retratar nesse mapa de mediações
que a articulação entre a comunicação,
a cultura e
a política se
faz através das
múltiplas relações entre
as matrizes culturais,
as lógicas de
produção, os formatos
industriais e as
competências de recepção
(consumo). Tais relações, por sua vez, sofrem mediações de
várias instâncias: (i) da sociabilidade, ou seja, da trama das relações
cotidianas entre os homens; (ii) da institucionalidade e de suas mudanças que,
da parte do Estado, procura estabelecer e manter a ordem constituída e, da
parte dos cidadãos, busca lutar por seus direitos e reconhecimento no plano
social e político; (iii) da tecnicidade que hoje, no contexto da globalização,
converteu-se em conector
universal do global
(redes informáticas, conexão
dos meios como televisão e
telefone com o computador etc.) e; (iv) das ritualizações, remetendo-nos às
relações simbólicas que estão na base de qualquer processo de comunicação,
fundando-se "na memória, nos seus ritmos e formas, seus cenários de
integração e repetição" (2001, p. 19) e constituindo modos de olhar, de
escutar, de ler, ordenadores dos espaços-tempos da vida cotidiana e dos
es-paços-tempos dos meios de comunicação.
Voltemos agora à questão das relações entre a infância e
a cultura, pensando-as a partir das reflexões até aqui desenvolvidas. Um primeiro
aspecto que gostaríamos
de destacar é
que o fenômeno
que vem ocorrendo
hoje não é, a nosso ver, “uma destruição da infância” como alguns
autores proclamam (POSTMAN, 1999), mas sim uma pluralização dos modos de ser
criança. (Sarmento, 2002). Podemos dizer que há hoje um profundo processo de
transformação dos papéis e estatutos sociais das crianças e a configuração cada
vez mais heterogênea da categoria social geracional infância, a partir de uma
confluência múltipla de
representações sociais cruzando
diferentes tempos e
espaços.
Na visão de Sarmento (2002),
a infância passa
por um processo
de “reinstitucionalização” como
resultado das transformações e das crises que acompanham a
2a modernidade, as quais radicalizaram as condições em que vive o homem moderno,
e particularmente a infância. Tal reinstitucionalização, além das
transformações que afetam a família, a escola, os papéis sociais, o mundo do
trabalho e os espaços-tempos do cotidiano, tem como núcleo central a inserção
da infância na
esfera econômica. Tal
inserção se dá,
quer pela dimensão
da produção, através
do trabalho infantil, quer pelo
aspecto do mercado e da utilização das crianças e da ideia de infância na
promoção de produtos e na publicidade, quer ainda pelo lado do consumo, como
segmento visado pelo grande mercado de produtos infantis. Todavia, é importante
ter em conta que a criança, tal como a concebemos, não é uma mera receptora passiva
dos produtos culturais,
muito ao contrário,
sua relação com
estes parece ser
de uma reinterpretação ativa,
através do cruzamento de culturas e de significações construídas nas relações
com os seus pares.
Acreditamos, assim como Sarmento, que a “infância está em
processo de mudança, mas mantém-se
como categoria social,
com características próprias”(2002, p.10),
o que nos permite pensar as crianças como atores
sociais. Outro aspecto que deve ser
incluído nessa reflexão, a partir das concepções de Martin-Barbero (2001), é a
compreensão de que as relações das crianças com os meios de comunicação de
massa e com a cultura do
consumo são mediadas pelos processos de sociabilidade que
as constituem, pelas instituições em que se inserem, pelos movimentos sociais
que defendem seus direitos,
pelo acesso que têm à tecnicidade e pelas ritualizações e relações
simbólicas construídas nos seus processos de comunicação. Podemos pensar,
portanto, que, entre a cultura de massa e do consumo e a criança, existe um
espaço de elaboração possível que nos permite vislumbrar um caminho para além
da reprodução, em outras palavras, um caminho para a produção do novo a partir
da reinterpretação do já dado.
Um terceiro aspecto que devemos incluir no
desenvolvimento desse tema, e que se articula à
concepção de crianças
como atores sociais,
é a recente
discussão, realizada sobretudo
no campo da
Sociologia da Infância,
sobre a existência
de culturas infantis
autônomas (SIROTA 2001;
CORSARO, 1985; BROUGÈRE, 2002). Estudos nessa direção têm apontado que
as crianças constroem formas culturais radicadas e desenvolvidas historicamente
em “modos específicos de comunicação intergeracional e intergeracional”
(SARMENTO, 2002, p.12). Para
Sarmento (2002) ainda
é necessário, entretanto,
o empreendimento teórico
e epistemológico da
inventariação dos princípios
geradores e das
regras das culturas
da infância.
Propõe que tal
tarefa siga os quatro eixos que, no seu entender, estruturam as culturas da
infância: a interatividade, a ludicidade, a fantasia do real e a reiteração. A
interatividade refere-se à
forma interativa e
partilhada pela qual
as crianças participam
dos diferentes contextos
de sua vida
cotidiana: a família,
a escola, a
comunidade e as
atividades sociais que
desenvolvem. A aprendizagem que se dá nesses espaços tem como eixo a interação
com seus pares e com os adultos e jovens com os quais convive. Através dessa
interação, as crianças se apropriam
do mundo que
as cerca, recriando-o
e reproduzindo-o nas
suas ações, tempos,
espaços, representações e emoções
partilhadas.
A ludicidade
tem sido apontada
como um traço
central das culturas
infantis. Mesmo não
sendo exclusiva das crianças, pois a atividade de brincar pertence,
antes de tudo, à dimensão humana como atividade social significativa, no
contexto da infância, ela ocupa um lugar ampliado e especial nas suas vidas,
sendo contínua, repetitiva e estruturadora de muitas das suas atividades individuais
ou em grupos. A brincadeira e o brinquedo, com base na natureza interativa da
atividade de brincar, são os principais pilares sobre os quais se fundam as
culturas da infância.
A fantasia do real refere-se às reconstruções que as
crianças fazem do real a partir do imaginário, a partir de um processo de
reinterpretação das referências culturais que constituem as suas vidas cotidianas.
Nesse processo, as
crianças reproduzem os
modelos dados pela
cultura de uma
forma reinterpretava, assim
como criam personagens,
ações, subversões das
ordens e regras
do mundo cotidiano,
ultrapassagens dos modelos
impostos, atuando em
tempos-espaços próprios do
brincar e das relações interativas que constituem essa atividade.
Esses dois universos, a fantasia e o real, estão
imbricados nas brincadeiras infantis, mas é preciso ter em conta que o mundo do
brincar não é uma representação do real, tratando-se de um distanciamento da
realidade que permite a reflexividade
e a construção
de um mundo
próprio, recriado, que
mantém suas relações
com a vida
cotidiana, mas que não é vida cotidiana. Um último eixo apontado por
Sarmento para investigarmos as culturas infantis é a reiteração. O tempo da
criança e do brincar é um “tempo recursivo,
continuamente reinvestido de
novas possibilidades, um tempo
sem medida, capaz de ser sempre reiniciado e repetido.”(2002, p.17).
Os modos de interação das crianças são marcados
por práticas ritualizadas (“eu era a mãe, você era a
filha”); propostas de continuidade e de repetição (depois nós íamos ao cinema;
vamos brincar outra vez de casamento?) e também por rupturas (“não sou mais sua
amiga”; “não estou brincando com você”). Nessas interações, as crianças vão se
apropriando de rotinas de ação associadas às diferentes brincadeiras, aos modos
de falar dos personagens assumidos, às regras de entrada na brincadeira e de
uso dos brinquedos, dominando aos poucos os protocolos de brincadeiras e os
pactos estabelecidos e conhecimentos
compartilhados pelo grupo.
Nesse
espaço-tempo do brincar,
passado, presente e futuro se
interconectam nas brincadeiras que se repetem, mas que se recriam a cada vez
que se reproduzem, anunciando novas possibilidades de brincar e de agir sobre o
mundo. Acreditamos que
os quatro eixos
propostos por Sarmento
(2002) ajudam-nos a
pensar as questões relacionadas às interações entre a
infância e a cultura dominante de um ponto de vista que, ao lado do
reconhecimento da forte penetração desta nas formas de ser, de pensar, de agir,
de brincar das crianças, considera
também que tal
penetração não se
dá de forma
direta, mas sim
mediada por vários aspectos que constituem os modos das
crianças interpretarem e significarem as referências externas que lhes são
impostas e com as quais interage.
Tal visão implica que as pesquisas sobre o tema desloquem
o olhar que paira sobre a infância, para sua localização na infância, ou seja,
na escuta das vozes das crianças e das produções de sentido por elas
realizadas. Assim, as pesquisas devem partir das crianças, penetrar nos seus
mundos, para construir o estudo das realidades da infância. Nessa mesma
direção, Sirota (2001) propõe que façamos uma viagem ao mundo da infância,
olhando a criança
como ator social,
percebendo a construção
social da infância
e de um
imaginário social, compreendendo
que as crianças produzem cultura, conhecendo desse modo a construção científica
sobre o objeto – a criança – e rediscutindo assim as posições tradicionais
sobre a infância.
Para
finalizar essa discussão,
consideramos importante demarcar
que, nas múltiplas
relações envolvidas na condição de ser criança, não há, na nossa
percepção, nenhuma instância que seja “toda poderosa”, o que determina que os
estudos sobre a infância busquem apreender os paradoxos, as imbricações e as
interdependências de todas essas dimensões.
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A – LIVROS INFANTIS E INFANTO-JUVENIS:
Livro 1. As 100 mais belas fábulas da humanidade
Livro 2. O dia em que as crianças decidiram lutar contra o câncer de mama
Livro 3. O vovô vai ao médico
Livro 4. O coelhinho que aprendeu a dizer as coisas
Livro 5. Ui Gur – o ursinho que libertava livros
Livro 6. Bichinhos felizes
Livro 7. Telas? Só com saúde – Computadores: entre a liberdade e a escravidão
Livro 8. O dia em que as víboras, através das telas, escravizaram as corujinhas – dramaturgia
Livro 9. Bullying, as lágrimas de Deus – dramaturgia
Livro 10. Anhangá, o espírito protetor da natureza: a lenda indígena – dramaturgia
I – Coleção Educação, Teatro e Folclore (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. O coronel e o juízo final
Livro 2. A noite do terror
Livro 3. Lobisomem – O homem-lobo roqueiro
Livro 4. Cobra Honorato
Livro 5. A Mula sem cabeça
Livro 6. Iara, a mãe d’água
Livro 7. Caipora
Livro 8. O Negrinho Pastoreiro
Livro 9. Romãozinho, o fogo fátuo
Livro 10. Saci Pererê
II – Coleção Infantil (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. Não é melhor saber dividir?
Livro 2. Eu compro, tu compras, ele compra
Livro 3. A cigarra e as formiguinhas
Livro 4. A lebre e a tartaruga
Livro 5. O galo e a raposa
Livro 6. Todas as cores são legais
Livro 7. Verde que te quero verde
Livro 8. Como é bom ser diferente
Livro 9. O bruxo Esculfield do castelo de Chamberleim
Livro 10. Quem vai querer a nova escola
III – Coleção Educação, Teatro e Democracia (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. A bruxa chegou... pequem a bruxa
Livro 2. Carrossel azul
Livro 3. Quem tenta agradar todo mundo não agrada ninguém
Livro 4. O dia em que o mundo apagou
IV – Coleção Educação, Teatro e História (peças teatrais juvenis):
Livro 1. Todo dia é dia de independência
Livro 2. Todo dia é dia de consciência negra
Livro 3. Todo dia é dia de meio ambiente
Livro 4. Todo dia é dia de índio
V – Coleção Teatro Greco-romano (peças teatrais infanto-juvenis):
Livro 1. O mito de Sísifo
Livro 2. O mito de Midas
Livro 3. A Caixa de Pandora
Livro 4. O mito de Édipo.
VI – Coleção A bruxinha de mil caras ensina a viver melhor
Livro 1: Planejar
Livro 2: Organizar
Livro 3: Estudar
Livro 4: Exercitar
Livro 5: Leitura
Livro 6: Cultura
Livro 7: Meditar
Livro 8: Interagir
Livro 9: Fazer amigos
Livro 10: Respeito e motivação.
VII – Coleção Cidadania para crianças
Direitos das crianças
Livro 1: Gratidão, a lei do universo
Livro 2: A honestidade vale a pena
Livro 3: O anjinho que semeava tolerância
Livro 4: O menino que disse não ao bullying
Livro 5: Toda criança tem direitos
Livro 6: Vidas negras importam – nós queremos respirar
Livro 7: Lélis, o ratinho que afinava queijo
Livro 8: Educação de qualidade é direito das crianças
Livro 9: Respeitando as leis de trânsito a cidade fica legal
Livro 10: A união faz a força
Sustentabilidade ambiental
Livro 11: Um dos maiores tesouros da terra, a água
Livro 12: A preservação do meio ambiente
Livro 13: Dez maneiras de ajudar a preservar o meio ambiente
Livro 14: A árvore faz o meio ambiente sorrir
Livro 15: Os 5R – o jeito certo de dar ‘bom dia’ ao meio ambiente
Livro 16: O lixo, a coleta seletiva e a reciclagem
Livro 17: Lixo, o supervilão do meio ambiente
Livro 18: Com o saneamento básico o meio ambiente fica feliz
Livro 19: O dia em que a coruja de pintas brancas e as batatas cozidas derrotaram a poluição
Livro 20: Os tempos difíceis da quarentena
Democracia, liberdades e constituição
O ratinho Lélis explica:
Livro 21: O que é democracia?
Livro 22: O que são eleições
Livro 23: O que é política?
Livro 24: O que são partidos políticos?
Livro 25: Censura X Liberdade de expressão?
Livro 26: Ditadura X Liberdades individuais?
Livro 27: Redes sociais e democracia?
Livro 28: Minorias e democracia?
Livro 29: O que é abuso do poder econômico?
Livro 30: O que é demagogia?
Livro 31: O que é ética?
VIII – Coleção Mundo contemporâneo
Livro 1: O jacaré debate educação e oportunidades
Livro 2: O puma explica trabalho e renda
Livro 3: A anta luta contra o aquecimento global
Livro 4: O tucano denuncia a corrupção e os narcoterroristas
Livro 5: O bicho-preguiça e a migração
Livro 6: O sapinho Krock na luta contra a pandemia
Livro 7: A onça pintada enfrenta as queimadas na Amazônia e no Pantanal
Livro 8: A harpia confronta o racismo
Livro 9: A ariranha combate a pobreza e a desigualdade
Livro 10: O boto exige democracia e cidadania
IX – Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia
Livro 1: Boitatá
Livro 2: O boto
Livro 3: O caipora
Livro 4: O cairara
Livro 5: A cidade encantada
Livro 6: O curupira
Livro 7: A galinha grande
Livro 8: O guaraná
Livro 9: Iara, a mãe d’água
Livro 10: O lobisomem
Livro 11: A mandioca
Livro 12: A princesa do lago
Livro 13: Saci-Pererê
Livro 14: O uirapuru
Livro 15: O velho da praia
Livro 16: O velho e o bacurau
Livro 17: A vitória-régia
Livro 18: O açaí
Livro 19: As amazonas
Livro 20: Mapinguari
Livro 21: Matinta Perera
Livro 22: Muiraquitã
Livro 23: O rio Amazonas
Livro 24: Anhangá
X – Coleção Filosofia para crianças
Livro 1: O que é filosofia?
Livro 2: A filosofia do amor
Livro 3: O aviãozinho feliz
Livro 4: O trenzinho feliz
Livro 5: A lagartinha feliz
Livro 6: A borboletinha feliz
Livro 7: O encontro com Pitágoras
Livro 8: A vida em um pinguinho de água
Livro 9: O pequeno ponto azul
Livro 10: Gentileza, o mel da vida
XI – Coleção Ciência e espiritualidade para crianças
Livro 1: Panda Zen e a menina azeda
Livro 2: Panda Zen e o verdadeiro valor
Livro 3: Panda Zen e as mudanças
Livro 4: Panda Zen e a Maria vai com as outras
Livro 5: Panda Zen e a estrelinha cintilante
Livro 6: Panda Zen e a verdade absoluta
Livro 7: Panda Zen e o teste das 3 peneiras
Livro 8: Panda Zen e os ensinamentos da vovó
Livro 9: Panda Zen e os cabelos penteados
Livro 10: Panda Zen e a magia da vida feliz
Livro 11: Panda Zen e as paixões enganosas
Livro 12: Panda Zen entre a reflexão e a ação
Livro 13: Panda Zen e o mais importante
Livro 14: Panda Zen, a gota e o oceano
Livro 15: Panda Zen e a indecisão
Livro 16: Panda Zen e o vaga-lume
Livro 17: Panda Zen e a busca da identidade
Livro 18: Panda Zen entre o arbítrio e a omissão
Livro 19: Panda Zen e o trabalho
Livro 20: Panda Zen e a falsa realidade
XII – Coleção Ensinando as crianças e seus papais a pensar
Livro 1: O segredo da felicidade
Livro 2: A gentileza pode tudo
Livro 3: A mulher bela e rica e sua irmã feia e pobre
Livro 4: O pequeno cachorro zen
Livro 5: O pequeno gato zen
Livro 6: O pequeno panda zen
Livro 7: O pequeno sapo zen
Livro 8: É melhor pensar antes de falar
Livro 9: Os desafios são necessários
Livro 10: A paz é a base de tudo
XIII – Amazon collection: the green paradise
Book 1 - The amazon rainforest
Book 2 - The jaguar (A onça pintada)
Book 3 - Macaw (Arara-canindé)
Book 4 - Golden Lion Tamarin
Book 5 - The button (O boto)
Book 6 - Frogs
Book 7 - Heron (Garça-real)
Book 8 - Swallowtail (Saí-andorinha)
Book 9 - Jacaretinga
Book 10 - Harpy
Book 11 - Tapir (Anta)
Book 12 - Snakes
Book 13 - Puma
Book 14 - Sloth (Bicho Preguiça)
Book 15 - Toucan (Tucano-toco)
Book 16 - Amazonian Caburé
Book 17 - Pisces
Book 18 - White-faced spider monkey
Book 19 - Irara
Book 20 - Red macaw
Book 21 - Otter (Ariranha)
XIV – The cutest pets on the planet collection
Book 1 - Black Eyes, the panda bear
Book 2 - The happy kitten
Book 3 - The aquarium fish
Book 4 - Doggy, man's best friend
Book 5 - The feneco
Book 6 - The rabbit
Book 7 - The chinchilla
Book 8 - The Greenland Seal
Book 9 - The dolphin
Book 10 - The owl
B - TEORIA TEATRAL, DRAMATURGIA E OUTROS
XV – ThM-Theater Movement:
Livro 1. O teatro popular de bonecos Mané Beiçudo: 1.385 exercícios e laboratórios de teatro
Livro 2. 555 exercícios, jogos e laboratórios para aprimorar a redação da peça teatral: a arte da dramaturgia
Livro 3. Amor de elefante
Livro 4. Gravata vermelha
Livro 5. Santa Dica de Goiás
Livro 6. Quando o homem engole a lua
Livro 7: Estrela vermelha: à sombra de Maiakovski
Livro 8: Tiradentes, o Mazombo – 20 contos dramáticos
Livro 9: Teatro total: a metodologia ThM-Theater Movement
Livro 10: Respiração, voz e dicção: para professores, atores, cantores, profissionais da fala e para os que aspiram a boa emissão vocal - teoria e mais de 200 exercícios
Livro 11: Lampião e Prestes em busca do reino divino - o dia em que o bandido promovido a homem da lei guerreou com o coronel tornado um fora da lei
Livro 12: Giordano Bruno: a fogueira que incendeia é a mesma que ilumina
Livro 13: Amor e ódio: não esqueçamos de Aylan Kurdi
Livro 14: Pitágoras: tortura, magia e matemática na escola de filosofia que mudou o mundo
Livro 15: Irena Sendler, minha Irena
Livro 16: O juiz, a comédia
Livro 17: A comédia do mundo perfeito
Livro 18: O dia do abutre
Livro 19: A chibata
Livro 20: O inspetor geral, de Nikolai Gogol – accountability pública, fiscalização e controle
Livro 21: A noite mais escura: o hospício de Barbacena, uma Auschwitz no coração do Brasil
XVI – Shakespeare & accountability
Livro 1: Medida por medida, ensaios sobre a corrupção, a administração pública e a distribuição da justiça
Livro 2: Macbeth, de Shakespeare: entre a ambição e a cobiça, o sucesso ou o ocaso de profissionais e organizações
Livro 3: A liderança e a oratória em Shakespeare
Livro 4: Otelo, de Shakespeare: a inveja destroi pessoas, famílias e organizações
Livro 5: Macbeth, de Shakespeare: entre a ambição e a cobiça, o sucesso ou o ocaso de profissionais e organizações
Livro 6: Ética & Governança à luz de Shakespeare
C - PLANEJAMENTO
XVII – Planejamento estratégico e administração
Livro 1: Quasar K+ planejamento estratégico
Livro2: Ouvidoria pública: instrumento de participação e aprofundamento da democracia
Livro 3: Pregão: economia e eficácia na administração pública
Livro 4: Comunicação estratégica: da interlocução às palestras exitosas – como falar bem em ambientes controláveis e em situações de extrema pressão
Livro 5: As máximas do empreendedor
Livro 6: Vivendo e aprendendo a amar segundo Rodoux Faugh
D – OUTROS
XVIII – A pena e o amor como espada
Livro 1: Os anjos esquecidos por Deus – romance
Livro 2: Moving Letters – a arte de escrever bem
Livro 3: Sobre flores e amores – poemas
Livro 4: 300 maneiras corajosas de dizer bom dia
Livro 5: Revolucione amando incondicionalmente
Livro 6: Sobre homens e lobos, o conto
Livro 7. A coroa de mil espinhos - poemas
Sobre o autor
Antônio Carlos dos Santos é escritor e criador das seguintes metodologias:
©Planejamento Estratégico Quasar K+;
©ThM – Theater Movement; e
©Teatro popular de bonecos Mané Beiçudo.
Acompanhe o autor no facebook e nos blogs:
1. Cultura e educação: culturaeducacao.blogspot.com/
2. Teatro popular: teatromanebeicudo.blogspot.com/
3. Planejamento: https://planejamentoestrategicoquasark.blogspot.com/
4. Educação infantil: https://letrinhasgigantes.blogspot.com/
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